quarta-feira, 2 de julho de 2014

Pela janela vejo... - Andreza Rocha #OlhardaGente




                    A escrita da Andreza Rocha me chamou atenção pela sua habilidade de falar do cotidiano de uma forma bastante diferenciada e poética. A observação demonstrada pela autora nos faz repensar nosso dia-a-dia. Através de suas palavras, o leitor faz um passeio juntamente com o narrador pelos ônibus, lugar que normalmente nos passa despercebido.

              A estética é apresentada através dos passageiros, dos lugares, principalmente pela paisagem vista através das janelas. Estas passam a ser telas de arte, onde o olhar e a descrição da autora pintam o quadro que quer que vejamos. As cores são usadas como símbolos, mas também como tintas para pintar o quadro exposto pelas palavras do narrador.

          O texto ainda nos mostra referências bíblicas e também regionais, onde o leitor filho de Fortaleza reconhece sua casa. Não só as praias, tão famosas e faladas, são o símbolo da cidade, mas principalmente seus moradores e o seu cotidiano, que através do olhar da autora transformam-se e revivem também nos nossos olhos.

               Infelizmente, no final, percebemos uma conversa direcionada ao leitor que não cabe para finalizar o texto. Percebemos ainda a imaturidade literária da autora, mas também percebemos seu enorme potencial. Seu olhar não pode ser desperdiçado, e sua escrita só precisa ser lapidada pelo tempo.

Entrevista com a autora

1.  De onde veio a ideia para seu texto?

      Sou uma frequentadora de carteirinha dos ônibus de fortaleza, e como sou muito observadora todo dia tento tirar uma aprendizagem nova, seja um gesto dentro do ônibus ou uma paisagem que vejo através da janela, tento não deixar escapar nada, pois sei que poucos segundos podem decidir o meu humor do dia. E por fazer parte da minha rotina resolvi expressar esse sentimento em palavras,  e venho à ideia de colocar na minha crônica.

2.      Como foi seu processo de escrita?

       Bem demorado, pois quando eu to inspirada haja papel e caneta! Ai eu percebo que fujo da temática principal, reescrevo do zero, de repente não tem mais nada haver com o anterior, eu dou muitas risadas quando estou aflita e no processo de fazer o texto não foi diferente, faltando poucos dias pra me inscrever no projeto pensei em desistir, pois me achava muito nova e desprovida do dom da escrita, falei com alguns amigos sobre o meu texto e muitos se identificaram, foi a minha maior motivação, resolvi escrever a minha redação no ônibus em meio à turbulência, mas usando as palavras que me vinha na cabeça, naquele momento, respeitando os detalhes.  Tudo bem que deu trabalho para repassar a limpo, pois a letra tava irreconhecível, mas todo o esforço foi valido.

3.      Como foi sua experiência em participar do concurso?

      Incrível, nunca pensei em fazer parte de algo assim, em meio a grandes escritores, eu sendo a caçula do grupo, me senti engrandecida pelo acolhimento, por ter tido essa oportunidade de me expressar e conhecer amigos.  Fiquei surpresa comigo mesmo, me senti viva e cheia de esperança. Minha simples palavras eternizadas em um livro. É muita alegria.


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