sábado, 8 de março de 2014

Entrevista com Mailson Furtado - Pescaria




Oi Gente!

Vamos voltar a visitar o Pescaria, o movimento literário da cidade de Varjota - Ce? Para quem ainda não sabe nada do projeto, recomendo a leitura do post O Pescaria - grupo literário de Varjota-CE, onde você pode ter informações iniciais sobre o grupo. 

Para que conheçamos mais sobre o grupo, fiz uma entrevista com um dos membros mais antigos, Mailson Furtado. Além de membro do grupo, ele também é escritor (poeta, contista e dramaturgo), ator, diretor teatral e produtor cultural e já possui dois livros publicados: Sortimento e Conto a Conto. 



·      1.  Fale-nos como surgiu o grupo.

Em novembro de 2012, ganhei a oportunidade de lançar meu primeiro livro, Sortimento, na X Bienal Internacional do livro em Fortaleza e junto dele, levei Erasmo Portavoz, parceiro de projetos e trabalhos culturais. Na oportunidade o evento estava homenageando a Padaria Espiritual, movimento literário que deu origem à primeira Academia de Letras do Brasil, a Academia Cearense de Letras.
Ficamos entusiasmados com àquele ambiente e as trocas de experiências vividas e decidimos levar algo daquela experiência à cidade a qual militamos culturalmente, Varjota, no sertão Norte do Ceará.
Desta forma, pensamos em uma maneira de como concretizar o que havíamos em planos. Veio assim a ideia de um grupo literário, este intitulado Pescaria. Dentre os planos do grupo estavam a publicação de um jornal literário para ser o meio de comunicação do grupo, que ganhou o mesmo título.
Apesar de o grupo não estar mobilizado, o jornal tomou sua forma e teve sua primeira edição lançada em março de 2013, na Semana de Poesia organizada pelo Movimento Cultural de Varjota.
O grupo literário, no entanto, manteve-se inativo de abril até novembro, onde autores que já publicavam e publicam no jornal tomaram a iniciativa de enfim mobilizar um grupo que se reúna de maneira regular para discutir literatura. Dentre os nomes desses autores estão: Mailson Furtado, Felipe Ximenes, Otávio M. Silva, Erasmo Portavoz, Phelipe Gomes, Yane Cordeiro, Bruno Trajano, Geovania Rodrigues, Gleiciane Lopes e Erineu Ferreira.

·      2.  E o nome? De onde surgiu a ideia?

O nome veio da ideia de onde seria inicialmente nossas reuniões, na praça matriz de Varjota, onde em seu centro havia um peixe de concreto, onde em 2013, realizamos alguns eventos junto com outros grupos culturais, como cinema na rua, apresentações teatrais, músicas, entre outras ações. No entanto, essas reuniões não vingaram, porém o Jornal sim e assim, o nome virou uma marca. Além disso, Pescaria retrata a gênese da cidade de Varjota, que se ergueu como é hoje com a construção da barragem Araras na década de 1950, assim a pesca, o peixe, o pescador são símbolos unânimes, que retratam a cidade, que nos possibilitou rebuscar e valorizar a cultura local. Além disso, conseguimos outra apologia com este nome, onde somos pescadores de homens através das artes, as Letras.

·       3. Qual a influência do Padaria Espiritual para o grupo?

A influência restringe-se na organização como grupo, onde o estatuto que nos rege é inspirado no programa de instalação da mesma. A apologia que fazemos a elementos da pesca é semelhante aos que os padeiros faziam a padaria, no entanto, nossa ideologia não segue a que eles seguiam.

·         4. Fale-nos sobre a ideologia do grupo.

Como ideologia, seguimos a proposta de indagação sobre o que seja arte na atualidade, principalmente voltada às Letras, a sua produção, a sua manifestação enquanto elemento social. Assim, nosso movimento propõe extrema liberdade e permissão para experimentação literária em seu maior âmbito de abrangência, buscando ficar liberto de qualquer opressão que possa comprometer a expansão ou mesmo propagação da ideia ou pensamento. Somos adeptos assim da filosofia abordadas por Freire e Boal, em suas obras, respectivamente, na Pedagogia e no Teatro.

 5. Em que a ideologia do grupo distingue-se da Padaria Espiritual?

A ideologia da Padaria foi bem semelhante aos preceitos propostos no Manifesto Pau-Brasil de Oswald de Andrade nos anos 20, onde negava o pragmatismo literário da época e visionava uma “nova” forma de fazer literatura, apoiada em elementos nacionais. Nós não buscamos isso. Nem precisamos, afinal, os modernistas conseguiram fazer isso e muito bem.

6. Qual a importância do movimento para a cidade?

De início é um movimento de difusão da própria cidade, o que já marca por si só a identidade da cidade por onde o grupo passa. A valorização aos elementos de origem da cidade, como a imagem do peixe, pescador, é outro grande ponto de relevância, já que reafirmamos os mesmos, valorizando e pontuando ainda mais a identidade histórica da cidade. A promoção e o incentivo a produção e a leitura é outra marca do nosso movimento, que realiza tais ações, através de intervenções e eventos aos quais organizamos ou participamos, sempre apresentando a importância de se ler.

Agradeço muito a entrevista dada pelo Mailson e a oportunidade de conhecermos melhor esse grupo incentivador da literatura no nosso estado. Aguardem também a entrevista com outro integrante: Felipe Ximenes!!! E também um convite... 

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